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Três moléculas para a deteção do cancro

03 Dez 2013 - 12h03 - 2.989 caracteres

Fluorocolina [18F] • UC, NaF [18F] • UC e DOTA-NOC [68Ga] • UC são 3 novas moléculas para a deteção de diversos tipos de cancro, já em produção pelo Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC), depois da aprovação do INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento.

Esta produção insere-se na estratégia do ICNAS de disponibilizar moléculas que, até aqui, eram de difícil acesso pelos hospitais portugueses. A Fluorocolina [18F] • UC é essencial para a deteção do cancro da próstata, o tipo de cancro mais comum nos homens em Portugal, e a NaF [18F] • UC é utilizada para a deteção de metástases ósseas provocadas por vários tipos de cancro, como p. ex., os cancros do pulmão, da mama e da próstata.

«Por um lado, é de esperar uma redução bastante significativa de custos porque, até agora, estes dois radiofármacos eram importados de Espanha. Por outro, aumentará a acessibilidade aos exames PET (Tomografia por Emissão de Positrões) baseados nestas moléculas», explicam os investigadores Antero Abrunhosa e Francisco Alves.

A terceira molécula a ficar disponível no mercado - DOTA-NOC [68Ga] • UC – é uma molécula recente utilizada no diagnóstico de tumores neuroendócrinos, tumores raros relacionados com as células neuronais (do sistema nervoso), que podem surgir em diferentes partes do organismo e cuja deteção é muito difícil com as técnicas convencionais. Até agora, para recorrer à sua utilização, as Unidades de Saúde nacionais que possuem a tecnologia PET precisavam adquirir um sistema gerador com custos de investimento muito elevados. O trabalho de investigação da equipa do ICNAS – recentemente premiado internacionalmente – resultou na síntese da molécula com características de qualidade farmacêutica que permitem a sua disponibilização à medida das necessidades.

Se ao nível clínico estas três novas moléculas são fundamentais para a caracterização do diagnóstico, planeamento dos tratamentos e avaliação pós terapêutica, para o ICNAS, «são também ferramentas essenciais para ajudar a esclarecer os mecanismos das diversas patologias oncológicas permitindo, no futuro, desenvolver novas abordagens de tratamento das doenças do foro oncológico», assevera Miguel Castelo- Branco, neurocientista e Diretor do ICNAS.

 

Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)


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Cristina Pinto / Universidade de Coimbra

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