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Estranhas formas de vida (I) - Os Vermes Palolo

18 Ago 2011 - 14h02 - 1.502 caracteres

Nos mares da Polinésia, do outro lado do mundo, vivem uns curiosos seres: os vermes Palolo (de nome científio: Palola viridis). São anelídeos poliquetas de cerca de 30cm, primos marinhos das familiares minhocas. Durante a maior parte do ano, podem ser encontrados a viver em tocas no meio dos belos corais dos recifes da região mas, durante o quarto minguante de Outubro/Novembro, algo estranho acontece: milhões destes vermes partem-se em dois e a secção caudal, onde se encontram os órgãos sexuais, sobe até à superfície das águas. Aí, essa parte do corpo literalmente explode, libertando os espermatozóides e óvulos na água para que se dê a fertilização. As águas ficam então repletas de novos vermes de tamanho minúsculo, que ficam à deriva até encontrarem um recife para se instalarem. A lua, causadora do ritmo das marés, é a responsável pela sincronização desta libertação massiva de gâmetas. E o que é que acontece ao resto do verme que ficou no recife? Precisa de uns dias para cicatrizar a ferida e recomeçar o crescimento dessa parte do corpo, que romperá de novo no ano seguinte.

Os habitantes das Ilhas Samoa consideram estes vermes um pitéu, comparável ao caviar, e têm até as suas festividades com data marcada para esta época, saindo para o mar com finas redes para apanhar estes animais antes da libertação dos gâmetas, ou seja, ante de explodirem! Têm apenas cerca de meia hora para o fazerem, mesmo antes do nascer do Sol. Podem-se comer crus ou fritos com manteiga, ovos ou cebolas.


© 2011 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva


Diana Barbosa

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