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O céu de Novembro de 2016

01 Nov 2016 - 10h48 - 4.138 caracteres

O início deste mês de observações astronómicas é marcado pela passagem da Lua junto a Saturno na noite de dia 2. Este planeta será visível durante boa parte do mês. Igualmente ao anoitecer iremos encontrar os planetas Vénus e Marte. Este ultimo astro será visitado pela Lua no dia 6, véspera do quanto crescente.

Por esta altura do ano ocorre uma chuva de meteoros com dois máximos de atividade nos dias 5 e 12. Estas poeiras e pequenas rochas provenientes do cometa Encke parecer-nos-ão surgir da constelação de Touro, daí o seu nome: as Táuridas. Trata-se de uma chuva de estrelas fraca, tendo no máximo uma dúzia de meteoros por hora.

A Lua Cheia dar-se-á no dia 14, apenas duas horas depois de ter atingido o seu perigeu (o ponto da sua orbita mais próximo da Terra). Por este motivo nessa noite a Lua parecer-nos à ligeiramente maior do que é habitual (pouco mais de 10%). Esta autêntica superlua será a maior dos últimos 68 anos.

De notar que só a partir desta altura do mês é que Mercúrio será visível, aparecendo ao início da noite.

Na noite de dia 15 iremos ver a Lua junto a Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nesta constelação destaca-se o aglomerado estelar das Plêiades ou o sete-estrelo. Apesar de praticamente só 7 estrelas serem visíveis à vista desarmada, este aglomerado tem centenas de estrelas, as quais formaram-se juntas entre 75 a 150 milhões de anos atrás.

Na noite de dia 17 para 18 espera-nos segunda chuva de estrelas do mês: as Leónidas. O seu nome deve-se a que estas poeiras e rochas associadas ao cometa Tempel–Tuttle parecerem surgir da constelação do Leão. Infelizmente o facto de acontecer poucos dias depois da Lua Cheia irá limitar o número de meteoros que iremos observar, não superando as duas dezenas mesmo em condições de observação ideais,

Na noite de dia 19 a Lua irá passar junto ao aglomerado estelar do Presépio o qual está situado na constelação do Caranguejo. Este aglomerado de estelas com 600 milhões de anos também é chamado de Colmeia, sendo o 44º objeto do catalogo de nebulosas e aglomerados estelares de Messier, e daí ter a designação M44. Este género de aglomerados estelares são bastante úteis no estudo da vida das estrelas.

Dia 21 tem lugar o quarto minguante. Nessa madrugada iremos ver a Lua ao pé de Régulo, o coração da constelação do Leão. Dos dias depois (na noite de dia 23) será a maior aproximação entre Mercúrio e Saturno. Por esta altura do mês Saturno deixará de ser visível, só voltando a aparecer a meio de Dezembro.

Na madrugada de dia 25 a Lua estará próxima de Júpiter, o qual nasce por estes dias cerca das três horas e meia da madrugada. A seu turno, pelo meio-dia de dia 29 a Lua já se terá deslocado até bem perto da direção do Sol dando origem à Lua Nova.

 

 

Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)

 

Legenda das Figuras:

Figura 1: Céu a Sul pelas 6 horas da madrugada de dia 12. São visíveis algumas das estrelas e constelações mais brilhantes desta parte do céu, para além dos radiantes das chuvas de meteoros das Táuridas e Leónidas e os enxames estelares das Plêiades (o Sete-Estrelo) e do Presépio (M44). Igualmente é apresentada a posição da Lua em várias madrugadas,

Figura 2: Céu a poente ao anoitecer de dia 23. Igualmente é apresentada a posição da Lua, Vénus, Marte e Saturno no dia 3.


© 2016 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva


Fernando Gutiérrez Pinheiro

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