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O impacto da polimedicação na saúde dos idosos

26 Out 2015 - 10h44 - 3.106 caracteres

Apesar de representar um sério problema na população idosa, especialmente na franja de idosos que vivem sozinhos e/ou em condições de saúde frágil, a polimedicação é um tema que ainda tem merecido pouca atenção.

Para contrariar esta tendência e promover a implementação de regulamentação em países onde ainda não existe, como é o caso de Portugal, investigadores e especialistas da Alemanha, Espanha, Grécia, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia reuniram-se em consórcio para estudar o impacto da polimedicação e adesão à terapêutica na saúde dos idosos.

Com um orçamento global de um milhão de euros, financiado pelo 3º Programa Europeu de Saúde, o projeto intitulado Simpathy (Stimulating Innovation Management of Polypharmacy and Adherence in The Elderly) é coordenado pelo Governo da Escócia.

A equipa portuguesa, liderada pelo Ageing@Coimbra - Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável -, é constituída por seis investigadores das Faculdades de Farmácia e de Medicina da Universidade de Coimbra (UC), contando ainda com a colaboração da Universidade de Lisboa (UL).

Considerando que temos uma população envelhecida, a polimedicação desadequada «é um problema gravíssimo de saúde pública, com gastos enormes quer para o Estado quer para as famílias. As complicações de saúde geradas pela polimedicação são imprevisíveis, exigindo respostas urgentes por parte dos decisores políticos», nota João Malva, coordenador científico do Ageing@Coimbra.

A equipa do Simpathy está a identificar estudos de caso que ilustrem o estado de desenvolvimento da polimedicação e da gestão da adesão à terapêutica dos idosos em diferentes estados membros da União Europeia, e vai elaborar um guia de boas práticas, dirigido aos profissionais de saúde, especialmente aos médicos, enfermeiros e farmacêuticos.

O projeto visa também fornecer recursos para apoiar os decisores políticos na criação de regulamentação nesta matéria, promovendo a mudança na prática de cuidados de saúde e de política para obter melhores resultados de saúde a partir do uso de medicamentos em idosos em toda a União Europeia.

Um dos maiores desafios da sociedade na Europa prende-se com as alterações demográficas e o rápido crescimento da população com mais de 65 anos, que evoluirá de 87 milhões de pessoas (em 2010) para 148 milhões em 2060.

 

Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)


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Cristina Pinto / Universidade de Coimbra

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