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Primeiro Programa de Doutoramento em Portugal celebra 20 anos

03 Out 2013 - 11h12 - 4.785 caracteres

Em setembro de 1993, o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) lançava o primeiro programa doutoral em Portugal - o Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biologia e Medicina (PGDBM). Este programa inovador mudou o panorama científico em Portugal, com um impacto significativo nas Ciências da Vida.

Nos dias 5 e 6 de outubro, antigos alunos e os diretores dos programas Gulbenkian de doutoramento reúnem-se para assinalar o 20º aniversário do PGDBM com palestras científicas e um debate sobre o futuro dos programas de doutoramento no país. A reunião, que decorrerá no Hotel Curia Palace, na Curia, conta também com alguns ilustres convidados no dia 6, entre os quais o prémio Nobel Sidney Brenner, o Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, a Secretária de Estado de Ciência, Leonor Parreira, membros do Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian e o Director do IGC, Jonathan Howard.

Há 20 anos, o PGDBM introduziu uma nova estrutura de ensino pós-graduado no país. Anualmente, um grupo restrito de alunos era selecionado não apenas pelo seu mérito académico mas também pela sua personalidade, apetência e motivação para fazer investigação. Este programa de doutoramento proporcionava aos alunos um ano de cursos avançados intensivos, em várias áreas emergentes das ciências biomédicas, lecionados por alguns dos melhores investigadores mundiais das diversas áreas. Após este ano curricular, os alunos escolhiam o seu orientador de Tese de Doutoramento em qualquer laboratório do mundo, contando com uma bolsa durante mais 3-4 anos. O apoio de várias entidades foi fundamental para este Programa e os que se lhe seguiram, nomeadamente, a Fundação Calouste Gulbenkian, as secretarias de Estado da Ciência e Tecnologia e do Ensino Superior, a Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica e, posteriormente, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Idealizado por António Coutinho, antigo Diretor do IGC, o mérito do PGDBM foi rapidamente reconhecido a nível internacional, particularmente devido à qualidade dos “Gulbenkian students” que muito contribuíram para internacionalizar o prestígio da Fundação. Em Portugal e na Europa, este modelo foi seguido por outros programas de doutoramento e, ainda este ano, a FCT decidiu “institucionalizar” o modelo, passando a atribuir, por concurso nacional, “pacotes” de bolsas às instituições responsáveis.

Posteriores ao PGDBM, foram criados outros programas de doutoramento no IGC que contribuíram para a formação de mais de 500 jovens em ciências da vida. As repercussões deste e dos programas que se lhe seguiram são hoje visíveis no panorama científico, com os Gulbenkian alumni a ocuparem posições de liderança em laboratórios em Portugal e no estrangeiro, e a realizarem investigação internacionalmente reconhecida.

António Coutinho, antigo Diretor do IGC e mentor do programa, diz: “O impacto dos programas doutorais em Ciências da Vida, conduzidos no IGC e em outras instituições nacionais, foi enorme, como se constata ao comparar a competitividade internacional ao mais alto nível desta área do conhecimento com outros domínios tradicionalmente mais fortes e ainda hoje bem melhor financiados. Não tenho dúvidas que estes jovens cientistas são uma enorme riqueza do país.”

 

A organização das comemorações do 20º aniversário dos programas Gulbenkian de doutoramento está a cargo de dois antigos alunos do PGDBM, António Jacinto e José António Belo, e da assistente do programa, Greta Martins.

Para António Jacinto, atual Diretor do Centro de Estudo de Doenças Crónicas, “esta reunião permitirá o reencontro de ideias e de investigadores atualmente espalhados pelo mundo, mas acima de tudo será uma excelente oportunidade para refletirmos sobre o impacto desta série de programas de Doutoramento e para discutirmos o futuro.”

 

Mais informações sobre os programas Gulbenkian de Doutoramento em:

http://www.igc.gulbenkian.pt/pages/alumni.php/A=285___collection=article

 

 

Ana Mena (IGC)


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Ana Mena (Instituto Gulbenkian de Ciência)

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