O céu de Maio
Por: Fernando Gutiérrez Pinheiro
O quarto minguante marca o início e o final deste mês, respectivamente nos dias 2 e 31.
Por volta dos dias 5 e 6, a Terra atravessa o rasto de poeiras e pequenas rochas deixado pelo cometa Haley. Em consequência disso ocorre a chuva de estrelas das eta Aquarídeas. Este nome deve-se ao ponto do céu de onde
os meteoros parecem surgir (o radiante) encontrar-se junto à estrela eta da constelação do Aquario a qual,
por esta altura, nasce pelas três e meia da madrugada.
Por estes dias a Lua encontra-se nesta mesma parte do céu o que dificultará a observação da chuva de estrela das eta Aquarídeas,
da qual se esperam menos de uma dezena de meteoros por hora.
Na madrugada de dia 10 dar-se-á a Lua Nova. Por tal ocorrer quando a Lua está perto do plano da órbita
da Terra em torno do Sol terá lugar um eclipse solar. Mas dada a hora, nenhuma parte do eclipse será
visível em Portugal.
Nesse dia a Lua está mais afastada de nós do que é habitual durante outros eclipses. Assim vista da Terra
a Lua nunca chegará a ocultar inteiramente o Sol. Na melhor das hipóteses, em certas partes da Australia e do Oceano Pacífico será possível ver a Lua cobrir quase todo o disco solar, exceptuando um anel ao seu redor:
é o que se chama de eclipse anular
No dia 12 a Lua passará 3 graus a Sul de Júpiter, o qual se encontra junto a constelação do Touro. Já aquando do quarto crecente da madrugada de dia 18 encontra-la-emos entre as constelações do Carangejo
e do Leão. Por sua vez na noite de dia 22 iremos ver a Lua junto a Saturno e à estrela Espiga da
constelação da Virgem.
Durante a Lua Cheia de dia 25 dar-se-á o segundo eclipse lunar dos três que decorrem este ano. Trata-se de um eclipse penumbral, no qual a Lua passa pela zona de penumbra da sombra da Terra (onde apenas parte da luz do Sol é bloqueada), passando a parecer-nos um pouco mais escura do que de costume.
Este eclipse terá início pelas 4 horas e 40 minutos e termina pelas 5 horas e 40 minutos (hora continental). Ao contrário do que sucede nos eclipses do Sol, não é necessário ter nenhum cuidado especial para se ver um eclipse da Lua.
Pouco depois do pôr-do-sol dos últimos dias do mês iremos deparar-nos com 3 planetas a
Oeste: Mercúrio, Venus e Júpiter. Estes encontrar-se-ão a distâncias de poucos graus
uns dos outros. Ao observá-los ao longo de vários dias podemos ver como a sua posição varia entre si, daí o seu nome: planetas, palavra que deriva termo do grego para astro errante.
Boas observações!
Fernando J.G. Pinheiro (CGUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Legendas
Figura 1. Esquerda: vista do céu a nordeste pelas 5 horas da madrugada de dia 5, incluindo
o radiante das Delta Aquarídeas. Direita: vista do céu pouco depois do pôr-do-sol de dia 27. São igualmente visíveis as posições de Vénus e Mercúrio nos dias 23 e 31.
(imagem Stellarium e Fernando J.G. Pinheiro)
Figura 2. Esquema das zonas de umbra e penumbra da sombra da Terra, e exemplo de posição da Lua durante um eclipse penumbral.
(imagem Fernando J.G. Pinheiro)
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Fernando Gutiérrez Pinheiro
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