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Detectar a doença do nemátode do pinheiro é agora mais facil

27 Fev 2013 - 14h55 - 3.157 caracteres

Uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) desenvolveu um dispositivo que permite detetar a doença do nemátode do pinheiro, conhecida por murchidão do pinheiro, muito antes de os sintomas se revelarem.

A tecnologia, já protegida por patente provisória, acaba de ser distinguida com o prémio "Best Student Paper Award” na Conferência Biodevices 2013, que decorreu em Barcelona, uma conferência internacional de topo que reúne cientistas e profissionais de todo o mundo, das mais diversas áreas do conhecimento, como por exemplo, da Física, Medicina, Engenharia Biomédica e outras.

Recorrendo ao método designado cientificamente por Espectroscopia de Impedância Elétrica, a equipa liderada por Elisabeth Borges, aluna de doutoramento em Engenharia Biomédica da Universidade de Coimbra, desenvolveu um dispositivo «muito simples que permite aceder rapidamente à assinatura elétrica de um material biológico (qualquer material, biológico ou não, possui uma assinatura elétrica, quando estimulado por uma corrente ou tensão alternada), isto é, consegue-se obter informação acerca da fisiologia do material».

Em linguagem simples, clarifica a investigadora, este método, é «capaz de identificar precocemente se um tecido está saudável ou danificado, o nível de dano, etc., o que no caso do nemátode do pinheiro assume particular relevância porque pode invalidar o avanço da doença e consequente corte dos pinheiros. Atualmente, as técnicas utilizadas não impedem o abate das árvores: após a deteção e identificação do nemátode, a única solução é o abate imediato dos pinheiros e a sua destruição, de acordo com a legislação em vigor».

A grande mais-valia da tecnologia desenvolvida é o facto de «ser minimamente invasiva, rápida e mais vantajosa financeiramente em comparação com as técnicas laboratoriais atuais. Com este dispositivo, que ainda terá de ser otimizado para poder entrar no mercado, é possível obter um prognóstico quase instantâneo» realça Elisabeth Borges.

O dispositivo é composto por dois elétrodos, colocados no tronco a cerca de 30 centímetros do solo – um elétrodo injeta um sinal de corrente ou tensão e o outro coleta o sinal gerado por essa estimulação – e por um sistema de aquisição de dados, desenvolvido pela equipa, que permite converter estes sinais analógicos em sinais digitais para posterior análise. Através da análise da resposta à “provocação” injetada em múltiplas frequências, obtém-se a assinatura elétrica do material. Aparentemente simples, a interpretação dos sinais obtidos é um processo de elevada complexidade porque a resposta fisiológica tem muitas variantes.

Durante a investigação, iniciada em 2010, foram utilizados pinheiros jovens. A equipa induziu a doença nas árvores, recolheu e processou as respostas fisiológicas. Agora, os investigadores vão também explorar a utilização desta tecnologia na análise de sementes de Jatropha para a produção de Biodiesel e em alimentos para avaliação das condições de segurança alimentar.

 

 

Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)

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