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Carne de origem suína e de aves consumida na Região centro cumpre a legislação europeia

11 Dez 2012 - 13h40 - 2.500 caracteres

Um estudo realizado por uma equipa de investigadores do Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF) da Universidade de Coimbra (UC) concluiu que a carne de suínos e de aves (frangos e perus) consumida na Região Centro é de qualidade, no que respeita a resíduos de medicamentos de uso veterinário, nomeadamente antibióticos.

 

Os investigadores focaram-se no estudo de dois grupos de antibióticos - fluroquinolonas e tetraciclinas, – porque «estes são os mais problemáticos devido ao seu maior consumo em medicina veterinária. O aumento da utilização de fluoroquinolonas em veterinária, um importante grupo de antibióticos em medicina humana, contribuiu significativamente para a emergência de estirpes bacterianas resistentes” salienta a coordenadora do estudo, Angelina Pena.

 

A pesquisa, no âmbito da segurança alimentar e saúde pública, revela ainda que as amostras de leite, de mel e de salmão analisadas não continham resíduos dos antibióticos em estudo.

 

Embora tenha sido detetada a presença de fluoroquinolonas e tetraciclinas em algumas amostras de suínos e de aves, adquiridos em diversas superfícies comerciais e também recolhidos em matadouros, os resíduos encontrados estão dentro dos limites máximos de resíduos (LMRs) estabelecidos pela legislação europeia.

 

Com artigos publicados em diversas revistas científicas internacionais (Food Additives and Contaminants; Journal Agricultural and Food Chemistry; Analytical and Bionalytical Chemistry, entre outras), o estudo que vai agora estender-se a todo país, permite «um maior conhecimento da realidade portuguesa. Não estamos a assumir o papel de fiscalizadores. Pretendemos promover uma abordagem colaborativa de modo a garantir a segurança alimentar e a proteção da Saúde Pública, objectivo da política agrícola da União Europeia (PAC)”esclarece a coordenadora do estudo.

 

Com a adopção de uma política racional de utilização de antibióticos em medicina veterinária, e das medidas preconizadas para controlo da infecção, é possível minimizar erros, melhorar políticas reguladoras e promover a qualidade dos nossos produtos no mercado internacional», sustenta a também docente da Faculdade de Farmácia da UC.

 

Com a globalização, a «garantia de qualidade é muito importante e, deste, modo constitui preocupação fundamental a obtenção de alimentos de origem animal isentos de resíduos de antibióticos», conclui a investigadora. Aliás, segundo a Organização Mundial de Saúde a resistência bacteriana aos antibióticos é um dos maiores problemas de saúde pública».

 

Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra)


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Cristina Pinto / Universidade de Coimbra

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