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As formigas podem ajudar a resolver problemas muito complexos

20 Jun 2012 - 15h40 - 2.087 caracteres

Quando encontramos um carreiro de formigas, certamente não pensamos que a sua forma de organização pode ser útil para a resolução de problemas complexos que surgem em situações reais. Mas pode. Através da denominada “computação evolucionária” que se inspira em sistemas biológicos para desenvolver métodos de optimização para diferentes problemas.

 

As técnicas de optimização baseadas em colónias de formigas foram criadas por um investigador italiano, Marco Dorigo, na década de 1990. Tomando como ponto de partida as propostas iniciais, uma equipa de investigação do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC) está a desenvolver uma solução informática capaz de recriar e adaptar, automaticamente, estes métodos de optimização para dar resposta a problemas concretos como a distribuição de tráfego na Internet.

 

Liderada pelos investigadores Jorge Tavares e Francisco Pereira, a investigação foi distinguida com o "Best Paper Award" para o melhor artigo científico apresentado na conferência EuroGP-2012 (15th European Conference on Genetic Programming), a conferência de topo mundial na área da Programação Genética.

 

E porquê partirem de sistemas baseados nos vulgarmente conhecidos carreiros de formigas? - «Perante os mais diversos obstáculos, as formigas organizam-se de tal forma que encontram sempre o caminho mais curto entre a comida e o seu formigueiro. Estes princípios biológicos dão-nos pistas para desenvolver métodos que consigam ligar vários pontos para alcançar o trajecto mais rápido», concluem.

Um dos casos concretos é o de resolver o conhecido “problema do caixeiro-viajante”: um viajante tem de visitar diversas cidades no menor tempo possível, sendo por isso imperioso encontrar o percurso mais curto, considerando diversas variáveis.

 

A solução encontrada, que se encontra em fase de testes para melhorar a autonomia e robustez, “exigiu intensos estudos porque estamos a lidar com problemas muito difíceis de resolver», realça Francisco Pereira, também docente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.

 

 

António Piedade com Cristina Pinto

 

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Cristina Pinto / Universidade de Coimbra

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