Registo | Contactos

Consumo regular de azeite tem efeitos anti-inflamatórios

30 Jan 2020 - 15h54 - 2.834 caracteres

A dieta Mediterrânica é considerada um dos padrões alimentares mais saudável do mundo. Os seus efeitos benéficos para a saúde humana têm vindo a ser estudados nas últimas décadas, em particular o seu papel na inflamação, nas doenças cardiovasculares e na diabetes tipo 2.

 

Um estudo de revisão sistemática, publicado na revista científica Nutrition por investigadores do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, mostra agora que o consumo regular de azeite tem um efeito anti-inflamatório comprovado. Segundo os autores, o azeite é um dos componentes nutricionais essenciais da dieta Mediterrânica, constituindo a principal fonte de gordura para o organismo humano. O seu efeito na redução dos níveis de marcadores inflamatórios considerados no estudo é significativo, embora sejam ainda necessários mais estudos para se compreender melhor este efeito, sobretudo em comparação com outros tipos de gorduras.

O conceito de dieta Mediterrânica surgiu quando o investigador norte-americano Ancel Keys estudava a influência das dietas na saúde humana, em particular a relação entre o consumo de gorduras e as doenças cardiovasculares. Num trabalho que ficou conhecido como «Estudo dos Sete Países», Ancel Keys observou que ocorriam mais mortes devido a doença coronária em países como os Estados Unidos ou naqueles que se situavam no Norte da Europa do que em países no Sul da Europa. A sua hipótese era de que tal fenómeno se devia ao tipo de gordura que era consumida pelas populações: gordura saturada nos dois primeiros casos e gordura insaturada no último caso. Sendo o azeite a principal fonte de gordura insaturada, o investigador norte-americano considerou então que o padrão alimentar dos países do Mediterrâneo era, de facto, mais saudável.

Distinguida em 2010, pela UNESCO, Património Cultural Imaterial da Humanidade, a dieta Mediterrânica inclui, para além do azeite, um consumo elevado de água, fruta, frutos secos, vegetais, leguminosas, cereais pouco refinados, ou ainda de especiarias e ervas aromáticas (em detrimento do sal). Inclui também um consumo moderado de produtos lácteos (principalmente queijo e iogurte), peixe, carne branca e vinho tinto, e um consumo reduzido de carne vermelha e alimentos processados. •

 

 

Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva


© 2020 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva


ISAMB - Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

Veja outros artigos deste/a autor/a.
Escreva ao autor deste texto

Ficheiros para download Jornais que já efectuaram download deste artigo