O céu de Setembro de 2017
A presença de Vénus a meio da constelação do Caranguejo marca as primeiras madrugadas de setembro. Este planeta apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da manhã. A constelação do Caranguejo e o seu aglomerado estelar Presépio serão igualmente visitados pela Lua no dia 16, mas nessa altura Vénus já se terá deslocado até junto da constelação do Leão.
Ao final da madrugada de dia 5 veremos Mercúrio nascer ligeiramente à direita de Marte. Entre estes dois planetas estará Régulo, o coração da constelação do Leão. Um dia depois terá lugar a Cheia junto à constelação do Aquário.
Por outro lado, no início da noite de dia 10 encontraremos Júpiter junto à estrela Espiga da constelação da Virgem. A observação deste planeta será cada vez mais difícil à medida que o mês for avançando e o Sol se aproxime cada vez mais da direção deste planeta.
No dia 12, véspera do quarto minguante, Mercúrio atinge a sua maior elongação (afastamento) a oeste relativamente ao Sol, sendo uma das melhores alturas para se observar este astro. Entre esta madrugada e a seguinte a Lua ter-se-á deslocado da direita para a esquerda de Aldebarã, o olho da constelação do Touro.
No dia 16 dar-se-á a maior aproximação entre os planetas Mercúrio e Marte, distando entre si menos de meio grau (o diâmetro angular da Lua). De notar que a partir do dia 17 Marte passa a ser dos dois planetas aquele que está situado mais a oeste.
Na madrugada de dia 18 será a vez da Lua passar ao lado de Régulo e Vénus.
Dois dias após da Lua nova o nosso satélite natural ter-se-á deslocado da vizinhança do Sol até junto de Júpiter. Em Portugal esta efeméride irá coincidir com o último dia de verão de 2017. De facto, pelas 21 horas e 2 minutos (hora continental) o eixo de rotação terrestre estará perpendicular em relação à direção do Sol. Entre nós este evento é conhecido por equinócio de outono pois marca o início da estação na qual o hemisfério terrestre norte deixou der ser o mais iluminado.
Mas ao contrário do que o seu nome sugere, esta efeméride não corresponde à data em que o dia e a noite têm a mesma duração (tal apenas irá suceder passados 3 dias). Isto deve-se à refração atmosférica que faz com que vejamos o Sol ligeiramente acima da sua verdadeira posição e, deste modo, as noites sejam sempre mais curtas do que seriam caso o nosso planeta não tivesse atmosfera.
Na noite de dia 26 para 27 iremos encontrar a Lua junto a Saturno, planeta que por estes dias se situa junto à constelação do Serpentário. Um dia depois terá lugar o quarto crescente, uma das melhores ocasiões do mês para a observação lunar pois, por estes dias, a forma como luz solar incide sobre ela realça o seu relevo.
Boas observações!
Por: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Figura 1: céu a leste pelas 6 horas e 40 minutos de dia 16. Igualmente é visível a posição da Lua e dos planetas Mercúrio, Vénus e Marte ao longo de dias do mês.
Figura 2: céu a sudoeste ao anoitecer de dia 22. Igualmente é visível a posição da Lua nas noites de dia 26 e 28.
(imagems adaptadas de Stellarium)
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Fernando Gutiérrez Pinheiro
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